Cidades

Na onda do pânico entre mulheres, tem quem publique foto só para cobrar dívida

Dezenas de histórias de perseguições e tentativa de sequestros sugiram nas redes sociais e teve quem aproveitou comoção

Anahi Zurutuza | 04/07/2020 17:19
Postagem fala de mulher que desapareceu com criança, mas autora explicou depois que está atrás da pessoa que sumiu sem pagar aluguel (Foto: Reprodução)
Postagem fala de mulher que desapareceu com criança, mas autora explicou depois que está atrás da pessoa que sumiu sem pagar aluguel (Foto: Reprodução)

O sequestro e assassinato de Carla Santana de Magalhães, de 25 anos, fez o pânico tomar conta de mulheres em Campo Grande. Dezenas de histórias de perseguições e tentativa de rapto sugiram nas redes sociais. E tem quem aproveite a onda para tentar encontrar devedores.

Nesta semana circularam nas redes sociais mensagem sobre o desaparecimento de várias mulheres. O Campo Grande News foi atrás de algumas histórias e há quem já tenha sido encontrada, mas um caso chamou a atenção.

A autora de um post sobre o sumiço de uma mulher “com criança” afirmou à reportagem que a pessoa da foto era inquilina dela e desapareceu deixando o último aluguel (R$ 400) sem pagar e R$ 1,2 mil em dívidas de água e luz.

O texto publicado não deixa claro se mulher foi vítima de um crime, mas quem compartilhou ou printou e distribuiu a postagem pensou se tratar de mais uma vítima dos “sequestros em série” que supostamente estariam acontecendo na Capital. Ou seja, intencionalmente ou não, quem postou aproveitou-se da comoção para encontrar quem procurava.

“Eu estou procurando ela porque ela está me devendo, era minha inquilina, mas eu até já tirei a publicação. As pessoas entenderam tudo errado. Já me ligaram aqui. Eu vou procurar outro jeito de achá-la, vou na Defensoria”, afirmou a autora do post.

Fazer postagem do tipo não é crime, mas a autora pode ser processa pela exposição da outra pessoa em rede social.

Caso desvendado – A polícia garante que não há nada indicando a existência de  sequestrador em série agindo na Capital. O rapto seguido de morte de Carla é investigado individualmente pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio).

Mas foi justamente durante as apurações do desaparecimento da jovem que investigadores desvendaram o segundo caso denunciado nas redes sociais. Também na terça-feira (30), uma jovem de 20 anos procurou a polícia para relatar ter sido assediada por um homem em um Ford Fiesta prata. O autor chegou a passar a mão na bunda da vítima.

Imagens o veículo do suspeito aparentemente seguindo duas mulheres foram amplamente compartilhadas nesta sexta-feira. Através do mesmo vídeo, os policiais civis identificaram o motorista. Ele foi levado a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), reconhecido pela vítima e ouvido pela delegada.

O autor, de 30 anos, não só confessou o assédio como relatou ter feito isso mais de uma vez. Como não estava em situação de flagrante, o homem foi indiciado por importunação sexual e liberado em seguida.

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