Cidades

MS recomenda antecipar 2ª dose da Astrazeneca como na Capital

Prefeitura de Campo Grande já havia feito a medida para vacinados com 1ª dose até 8 de março

Guilherme Correia | 14/05/2021 12:20
Caixa transportava primeiro lote de vacinas da Astrazeneca a chegar no Estado (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Caixa transportava primeiro lote de vacinas da Astrazeneca a chegar no Estado (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Durante coletiva nesta manhã (14), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, recomendou que municípios "antecipem" em até um mês a aplicação da 2ª dose de vacina da Astrazeneca.

"Ao invés de três meses de intervalo, estou apontando que no Mato Grosso do Sul a gente possa fazer a D2 em oito a 12 semanas, não precisa aguardar os três meses. Quem tomou vacina em fevereiro ou em março e deveria tomar agora em maio ou junho a segunda dose, pode antecipar a 2ª dose da Astrazeneca, já vão ficar imunizados", disse.

O titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde) fez menção a demora no repasse de vacinas Coronavac, por falta de insumos, que acarretaram em atraso na aplicação de 2ª dose em todo o País. "Se faltar ingrediente importante na fabricação das vacinas da Astrazeneca, como está faltando para o Instituto Butantan, e espero que não falte, já que estão indicando que não vai faltar, essas pessoas podem ficar imunizadas [caso antecipem]".

Na semana passada, a prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), já havia antecipado calendário a pessoas que se vacinaram com 1ª dose de Astrazeneca até 8 de março, para que pudessem se imunizar com 2ª dose naquela semana.

Vale lembrar que hoje, 14 de maio, a Capital está aplicando somente a 2ª dose em pessoas que já receberam 1ª aplicação de Coronavac até 24 de março e de Astrazeneca até 14 de março. Para mais detalhes sobre o cronograma vacinal desta sexta-feira, clique aqui.

O titular da pasta estadual, Geraldo Resende, também mencionou que a diferença no período de doses pode até, caso comprovado cientificamente, conferir maior imunidade aos vacinados. "Estamos torcendo para que esse atraso seja benéfico à nossa população", diz, "desde que a população faça a 2ª dose", lembrou.

Em matéria publicada no fim de abril, a imunologista e pesquisadora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Inês Tozetti, já havia mencionado que alterações na aplicação de vacinas podem até gerar benefícios, mas que a princípio devem ser seguidas orientações estipuladas a partir de testes.

Como na covid-19 tudo é muito novo e dinâmico, deve-se evitar ao máximo o surgimento dessas intercorrências, mas quando ocorrer o aconselhado é um acompanhamento clínico e laboratorial dos pacientes pós-vacinação", disse Tozetti.

Naquele momento, o Campo Grande News havia levantado a quantidade de pacientes que tomaram 2ª dose de Coronavac em tempo muito diferente do que é preconizado na bula - cerca de 5,2 mil pessoas enquadravam-se nesses critérios. Conforme noticiado mais cedo, mais de 120 mil pessoas só tomaram a 1ª atualmente no Estado.

"Qualquer alteração no esquema de administração pode acarretar em alterações na eficácia da vacina. Mas para todas as vacinas, sempre se indica que é melhor tomar a segunda dose fora do tempo previsto, que não tomar", explicou a imunologista Inês Tozetti.

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