Cidades

Ministro cita eventos adversos para pedir suspensão de vacina a adolescentes

Queiroga falou com a imprensa sobre a orientação aos estados de suspender a aplicação nesta faixa etária

Ângela Kempfer | 16/09/2021 15:04
Ministro durante coletiva de imprensa na tarde de hoje. (Foto: Reprodução)
Ministro durante coletiva de imprensa na tarde de hoje. (Foto: Reprodução)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terminou há pouco, coletiva de imprensa para esclarecer os motivos da decisão de orientar os estados a suspender a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos. Entre as alegações, Queiroga disse que a medida é cautela diante de eventos adversos.

Segundo ele, no Brasil, 3,5 milhões adolescentes foram vacinados antes do prazo previsto que, teoricamente, começaria hoje, 15 de setembro.

De acordo com o ministro, 1,5 mil pessoas tiveram eventos adversos. Ele diz que a maioria, 93%, tomou vacina não autorizada pela Anvisa para esta faixa etária, como Astrazeneca e Coronavac.

Não é o caso de Mato Grosso do Sul, que desde o início da campanha com essa faixa etária, só vacina com Pfizer, marca com autorização para adolescentes. O governo estadual decidiu, inclusive, que continuará com a imunização desse grupo. Atualmente, estudantes que vacinaram até 15 de agosto estão tomando já a 2ª dose.

Queiroga afirmou que os adolescentes sem comorbidades que tomaram a 1ª dose, por ora, não voltem para a 2ª aplicação. Já aqueles com comorbidade devem concluir o esquema vacinal.

Durante a coletiva de hoje, Queiroga criticou os estados que já iniciaram o processo. "A vacinação (dos adolescentes) deveria ter começado ontem (quarta-feira). Sabe quantos (vacinados) já tem? Quase 3,5 milhões".

O ministro também citou a decisão do Reino Unido, que optou por vacinar apenas adolescentes com comorbidades, por conta de efeito colateral raríssimo provocado, justamente, pela vacina da Pfizer: uma inflamação no coração chamada de miocardite. 

Por conta desse relato, o governo britânico resolveu aguardar mais estudos. Sobre isso,  a Organização Mundial da Saúde afirmou que os casos eram raros e que os benefícios superavam os riscos. 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que uma série de motivos pesaram para que a pasta resolvesse revisar a recomendação e suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Além dos eventos adversos, e do fato de não ser grupo prioritário, também fala em orientação da OMS para imunização apenas de crianças e adolescentes com ou sem comorbidades. No entanto, a única recomendação da OMS é para que os menores de idade só sejam imunizados, depois que todas as pessoas dos grupos de maior risco estejam vacinadas.  

Outro argumento é que "os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos".

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