Cidades

Governo lança programa para acabar com mortes evitáveis de gestantes em MS

Segundo secretário de Saúde, apenas 43% das mulheres concluem pré-natal

Adriel Mattos e Gabriela Couto | 19/11/2021 11:18
Governador assina lançamento do programa contra mortalidade materna e infantil, ladeado por secretários, parlamentares e a primeira-dama. (Fotos: Gabriela Couto)
Governador assina lançamento do programa contra mortalidade materna e infantil, ladeado por secretários, parlamentares e a primeira-dama. (Fotos: Gabriela Couto)

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e a primeira-dama Fátima Azambuja lançaram nesta sexta-feira (19) o Programa “Bem Nascer”, com o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil. A solenidade foi realizada na Governadoria.

Titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Geraldo Resende explicou que a meta é acabar com as chamadas mortes evitáveis. “Nem mesmo países mais desenvolvidos conseguem zerar as mortes. O que queremos é reduzir as mortes evitáveis, de gestantes que possam vir a ter eclâmpsia ou diabetes”, explicou ao Campo Grande News.

Só neste ano, conforme o Sistema de Informação de Mortalidade, do Ministério da Saúde, 45 óbitos maternos foram registrados no Estado. Já a taxa de mortalidade infantil está em 11,02 por 1.000 nascidos vivos.

São R$ 15 milhões em investimentos, sendo R$ 11 milhões em novos aparelhos de ultrassom. Outros equipamentos foram adquiridos com o restante dos recursos. O Estado repassará ainda R$ 30 mil para reforçar o atendimento às gestantes.

Em discurso, Resende lembrou que mulheres de baixa renda estão entre as mais afetadas. “Esse programa é fruto de uma indignação pessoal. Esses indicadores são vergonhosos para a saúde pública. Mulheres pobres, negras e indígenas muitas vezes não têm informação e sequer tem atendimento”, disse.

Ainda conforme o secretário, 43% das mulheres sul-mato-grossenses completam o pré-natal, que consiste em seis consultas. Primeiras-damas e prefeitas serão encarregadas de acompanhar a execução do programa.

“Convoco todas para fazer a diferença na vida de todas as mulheres. Vocês serão a ponte entre o serviço público e os profissionais de saúde”, conclamou Dona Fátima.

O governador disse que a sociedade também precisa participar apoiando as gestantes. “Essa é uma política de engajamento. É o chamamento de uma teia de solidariedade e a sociedade precisa abraçar, porque é possível reduzir esses números”, avaliou.

Pedro Gomes, Novo Horizonte do Sul, Glória de Dourados e Taquarussu não possuem estrutura médica para operar ultrassom e emitir laudos, mas serão atendidos por unidades de referência das cidades vizinhas.

Reinaldo lembrou durante entrevista coletiva, que a pandemia de covid-19 agravou a mortalidade materna e infantil. “Vamos contratar mais médicos ginecologistas, obstetras, assistentes sociais para organizar esse sistema em todos os 79 municípios. Aumentou muito a mortalidade durante a pandemia”, disse.

O programa teve adesão dos 79 municípios, que vão intensificar as consultas de pré-natal, fazer a estratificação de risco gestacional e manter acompanhamento diferenciado da gestante de alto risco, em especial, as obesas e hipertensas. Aparelhos de ultrassom serão enviados para algumas cidades do interior.

Prefeituras ganharão aparelhos de ultrassom para garantir pré-natal efetivo.


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