Cidades

Foragido da Omertà, “Rei da Fronteira” tem habeas corpus negado

A defesa de Fahd Jamil queria cancelar o mandado de prisão contra o empresário

Aline dos Santos | 13/07/2020 13:40
Viatura em frente à mansão dos Jamil Georges, na Avenida Baltazar Saldanha, em Ponta Porã (Direto das Rua)
Viatura em frente à mansão dos Jamil Georges, na Avenida Baltazar Saldanha, em Ponta Porã (Direto das Rua)

Foragido na operação Omertà, o empresário Fahd Jamil, o “Rei da Fronteira”, teve pedido de habeas corpus negado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O processo deu entrada na última sexta-feira e foi examinado no mesmo dia. 

A defesa de Fahd Jamil, que é representado por Badaró Advogados (escritório localizado em São Paulo) e por advogado de Ponta Porã, pedia que a Justiça cancelasse o mandado de prisão contra o empresário. No último dia 18 de junho, Fahd Jamil foi alvo da terceira fase da operação Omertà.

Para a defesa, a prisão não poderia ter sido decretada pela 7ª Vara Criminal de Campo Grande porque nos autos havia imputação de crime doloso contra a vida, que deve ser processado e julgado em uma das Varas do Tribunal do Júri. 

A liminar foi negada pelo desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, que atua em substituição legal devido a férias do juiz Waldir Marques, relator original do processo.

De acordo com ele, a denúncia contra Fahd Jamil não menciona crime contra a vida. “Não se podendo assim, entender clara e flagrante a sua situação processual para arrastá-lo para perante a Vara do Tribunal do Júri, por aparente conexão de crimes, sem que haja revolvimento e aprofundamento da matéria, o que é impertinente em sede deste recurso, mormente nesta fase primeva”, afirma Ruy Celso na decisão. 

Frustrada - A investigação da Omertà que levou à frustrada tentativa de prisão de Fahd Jamil apontou à Justiça que a cidade de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, é base de organização criminosa que conta com milícia armada de assassinos profissionais. 

Fahd Jamil foi alvo da 3ª fase da Operação Omertá, em 18 de junho. (Foto: ABC Color)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) informa que chegou ao grupo durante as investigações contra Jamil Name e Jamil Name Filho, que foram presos na primeira fase da ação, em setembro do ano passado, e são acusados de liderar organização criminosa com base em Campo Grande. 

No grupo da fronteira, o modelo de gestão também é de pai e filho, mas no caso, Fahd Jamil e Flávio Correia Jamil Georges, ambos foragidos.

De acordo com a investigação, as organizações eram próximas e se apoiavam mutuamente para crimes. O grupo com base em Ponta Porã teria ordenado a execução de Alberto Aparecido Roberto Nogueira (Betão) e do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo. Ambos estariam envolvidos no desaparecimento de Daniel Alvarez Georges em 2011, filho de Fahd Jamil. 

Após nove anos do desaparecimento, a Justiça, a pedido da família, determinou que o cartório registre a certidão de óbito de Daniel Georges, com data de 3 de maio de 2011, conforme documento divulgado no último dia 2 de julho.

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