Cidades

Deputado preso suspeito de mandar matar Marielle Franco será transferido para MS

Chiquinho Brazão foi preso com o irmão, Domingos Brazão, e o ex-chefe da PC do RJ, Rivaldo Barbosa

Por Silvia Frias | 24/03/2024 16:22
Deputado federal Chiquinho Brazão, suspeito de mandar matar vereadora Marielle Franco (Foto/Divulgação)
Deputado federal Chiquinho Brazão, suspeito de mandar matar vereadora Marielle Franco (Foto/Divulgação)

O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil -RJ), preso por suspeita de mandar matar a vereadora Marielli Franco e o motorista Anderson Franco, será transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, neste domingo.

Além de Chiquinho, também foi preso o irmão, Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), e o ex-chefe da Polícia Civil do RJ, Rivaldo Barbosa.

Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes. A Operação Murder, Inc. foi deflagrada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), pelo MPF-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Polícia Federal (PF). O caso era investigado pela PF desde fevereiro do ano passado. 

As prisões deste domingo são tratadas na PF como uma grande conquista, já que o caso havia sido terminado sem chegar a mandantes. No início do ano passado, primeiros meses do governo Lula, o novo superintendente da polícia no Rio reabriu a apuração, desta vez em âmbito federal.

Os presos passaram por audiência de custódia – de maneira remota – na sede da PF no Rio, fizeram exames de corpo de delito no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e serão encaminhados para a Penitenciária Federal de Brasília.

Segundo apurado pela Globonews, todos vão passar a noite em Brasília, em celas distantes. Depois, serão separados e enviados para presídios federais distintos: Rivaldo Barbosa vai para o presídio federal em Brasília, Chiquinho Brazão para Campo Grande e Domingos Brazão para Porto Velho (RO).

A delação premiada do miliciano Ronnie Lessa, homologada na última semana pelo STF, indica que o ex-chefe da PC fluminense participou do plano da morte da vereadora. Ele teria orientado os assassinos para que o crime não fosse executado na saída da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

O planejamento da execução teria começado no segundo semestre de 2017, após uma "descontrolada reação" de Chiquinho Brazão devido à participação de Marielle na votação do Projeto de Lei Complementar 174/2016. A proposta, de autoria de Chiquinho quando ainda era vereador, dispunha sobre a regulamentação fundiária de loteamentos e grupamentos existentes nos bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena e Itanhangá, assim como nos bairros da XVI RA – Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Domingos foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018, e chegou a depor no caso 3 meses após o atentado.

Chiquinho, de 62 anos, faz parte da mesma família de Domingos Inácio Brazão, que mantém influência no estado do Rio de Janeiro e tem indicados na Prefeitura do Rio de Janeiro e no governo estadual. Tem também representantes na Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa fluminense, Câmara Municipal da capital e de São João de Meriti.

Ele chegou a assumir a Secretaria Municipal de Ação Comunitária da gestão Eduardo Paes (PSD) em outubro passado.

Foi exonerado, porém, em fevereiro, uma semana após a divulgação de que o líder do grupo havia sido citado nas negociações para delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime contra a vereadora e o motorista, em crime ocorrido em março de 2018. 

Com o acordo de delação, Ronnie Lessa deve ser transferido para presídio no Rio de Janeiro, pedido que fez parte da colaboração. (Com informações da Globonews e Terra)

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