Cidades

Defesa aposta em provas frágeis para livrar oficiais da PM da Máfia dos Cigarros

Gaeco começou a ouvir os sete policiais militares acusados de ligação com contrabando de cigarro paraguaio

Tainá Jara e Geisy Garnes | 28/05/2020 14:53
Sede do Gaeco na tarde desta quinta-feira. (Foto: Kisie Ainoâ)
Sede do Gaeco na tarde desta quinta-feira. (Foto: Kisie Ainoâ)

Os sete oficiais da Polícia Militar acusados de envolvimento com a máfia que comanda o contrabando de cigarros paraguaios na fronteira começaram a ser ouvidos nesta quinta-feira, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), em Campo Grande. 

A defesa de dois deles aposta na fragilidade das provas apresentadas para livrá-los das acusações.

Mandados de prisão preventiva foram cumpridos na última sexta-feira, como parte da Operação Avalanche, terceira fase da Operação Oiketikus. Além do comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar em Dourados, tenente-coronel Carlos Silva, foram alvos da operação o coronel Kleber Haddad Lane, tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves, tenente-coronel Souza Lima, tenente-coronel Wesley Freitas Araújo e o major Luiz César de Souza Herculano.

Advogado José Roberto da Rosa. (Foto: Kisie Ainoâ)

Responsável pela defesa de Haddad e Erivaldo Alves, advogado José Roberto da Rosa, aposta na fragilidade das provas apresentadas contra os clientes para livrá-los das acusações. “As provas apresentadas pela Polícia Federal e Gaeco não se sustentam. Não são suficientes para imputação de crime”, alegou.

Comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) à época das investigações, Haddad foi implicado em função de planilha apreendida na primeira fases da operação. O documento determina o pagamento de R$ 150 mil ao “Cacique do Bicho”. Durante as investigações, chegou-se a conclusão de que este cacique seria o Cleber. A alcunha feria referência ao símbolo do DOF, uma Águia.

Hoje, ele foi o primeiro a prestar depoimento na sede do Gaeco, no Jarim Veraneio.. Conforme a defesa, os questionamentos foram focados em patrimônio e detalhes sobre o funcionamento do departamento chefia por ele à época.

Quanto a Erivaldo, a prova apresentada contra ele trata-se de intercepção telefônica em que é solicitada a mudança dele de comando. Atual comandante da PMA (Polícia Militar Ambiental), na época, o policial era responsável pelo comando do Batalhão de Sidrolândia.

O advogado lembrou ainda que os dois são policiais atuaram firmemente na repressão da corrupção onde trabalharam e, por isto, cultivaram muitos desafetos.

Cone-Sul - A data das oitivas coincidiram com a deflagração da 4° fase da Operação Nepis, denominada "Arithmoi", nesta quinsta-feira. Equipe formada por 60 policiais cumpre mandados em Amambai, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí e Ponta Porã, todos expedidos pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

Os policiais civis alvos de operação da Polícia Federal são suspetios de integrar a Máfia do Cigarro. Conforma as investigações, ele recebiam “por ciclo”, R$ 800 mil em propina, para facilitar a passagem de cargas de produto ilegal, contrabandeado do Paraguai. Só no ano de 2017, a quadrilha movimentou R$ 1 bilhão, indicaram as investigações, com a passagem de 1,2 mil carretas pela região do Cone-Sul, onde atuavam os agentes de segurança.

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