Cidades

Decreto do "fecha tudo" não coíbe quase nada no comércio de Campo Grande

Com longa lista de atividades consideradas essenciais, o fechamento atinge poucas atividades de forma efetiva

Silvia Frias e Alana Portela | 14/06/2021 11:09
Loja vetou entrada, mas manteve atendimento na porta, hoje de manhã (Foto: Marcos Maluf)
Loja vetou entrada, mas manteve atendimento na porta, hoje de manhã (Foto: Marcos Maluf)

A divulgação do decreto de fechamento de atividades em Campo Grande causou alvoroço na semana passada, entre comerciantes e população em geral, imaginando período de reclusão. Mas em uma circulada rápida pela cidade, nota-se que é praticamente vida que segue, com várias lojas abertas, algumas, respaldadas pelo amplo leque de atividades consideradas essenciais na legislação e outras que simplesmente resolveram infringir a norma até a fiscalização aparecer.

A reportagem circulou pela região central e verificou lojas funcionando normalmente, mesmo excluídas da lista de essenciais prevista na bandeira cinza, atual classificação de Campo Grande. De venda de capinha de celular a lojas de tereré e colchão, o dia parece normal, não fosse a meia porta baixada em alguns casos. 

A alimentação é a principal brecha que garante setores nada essenciais de portas abertas. O mesmo ocorre com o item "higiene", liberado pelo governo e que mantém funcionando lojas de cosméticos e até de perfumaria.

Loja de eletrodomésticos aberta no centro (Foto: Marcos Maluf)

O comércio em geral não deveria ter contato com os clientes, mas a maioria esqueceu o delivery e insiste no "pegue e leve". 

A loja Passaletti está aberta, atendendo clientes na porta, mesmo sistema adotado na Planeta Baby e Fruto do Ventre que vende produtos para bebê. 

Na Rua 14 de Julho, entre as ruas Cândido Mariano e Maracaju, a reportagem contou 14 lojas abertas, entre elas, locais de cosméticos, como a Boticário, funcionando normalmente, embasadas na autorização para venda de produtos de higiene. 

Outra, de comercialização de chocolate, a resposta dada à reportagem é que não sabe se o produto se encaixa como essencial e que “vai funcionar até mandar alguém fechar”. 

Na Rua Rui Barbosa, entre 15 de Novembro e Avenida Afonso Pena, praticamente todas as lojas funcionam: casa de botões, loja de roupas e lanchonetes. Neste último caso, o atendimento é permitido, porém, somente no sistema drive-trhu, delivery e take away (pegue e leve), não sendo permitido consumo no local.

Movimento abaixo do normal para segunda, mas, ainda assim, constante no centro (Foto: Marcos Maluf)

Ainda na Rua Rui Barbosa, lojas de conserto de celulares estavam com portas parcialmente abertas, apesar de só estar liberado o delivery. Outro local que deveria estar fechado é um ponto da Vivo, em que seis clientes aguardavam do lado de fora. 

A funcionária disse que eles não atenderiam ninguém, mas viram a fila se formando desde cedo do lado de fora e resolveram verificar quais eram os casos. Um deles era de rapaz que teve o celular roubado e queria saber como proceder para bloquear ou aparelho.

Fora da região central, a abertura do comércio também seguiu normalmente: na Hiper Festas, na avenida Eduardo Elias Zahran, o funcionamento foi garantido, segundo uma das atendentes, porque a loja teria licença para abrir como serviço de alimentação, já que vende doces.

O decreto do governo estadual estipula o fechamento dos não essenciais. Porém, a lista de essenciais inclui 51 atividades essenciais autorizadas a funcionar até 24 de junho, algumas, com restrições.

No caso de padarias, é possível consumo local, porém, isso não se aplica a lanchonetes e restaurantes. Lojas de material de construção, borracharias e oficinas mecânicas são exemplos de comércios que podem abrir.

Atendimento do lado de fora para quem formou fila cedo na central da Vivo (Foto: Marcos Maluf)
Loja de festas, na Zahran, também abriu hoje de manhã (Foto: Marcos Maluf)


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