Cidades

Cocaína que entrava pela fronteira de MS bancava frota com 21 carros de luxo

O tráfico vinha acompanhado da lavagem de dinheiro por meio de distribuidora e empresa de cosméticos

Aline dos Santos e Bruna Marques | 02/07/2020 12:02
Segundo Mazzotti, seguir o rastro do dinheiro torna a investigação da PF mais complexa. (Foto: Kisie Ainoã)
Segundo Mazzotti, seguir o rastro do dinheiro torna a investigação da PF mais complexa. (Foto: Kisie Ainoã)

A operação Paralelos 18/5, realizada hoje pela PF (Polícia Federal)  de Mato Grosso do Sul, prendeu líder de organização criminosa em Natal (Rio Grande do Norte) e apreendeu 21 automóveis de luxo. A frota custeada pelos dividendos do tráfico de cocaína, droga de alto valor no mercado, tinha veículos das marcas Audi, Mercedes-Benz e Toyota.

Conforme a PF, a investigação começou em 2017 e foi identificado que o líder, apontado com o principal beneficiário do esquema de tráfico de drogas, atua ao menos desde 2015, sem nunca ter tido profissão lícita neste período.  O tráfico vinha acompanhado da lavagem de dinheiro por meio de uma distribuidora e uma empresa de cosméticos. Ambas tiveram as atividades suspensas.  

“A linha que a Polícia Federal  tem atuado no combate ao tráfico de droga não é meramente apreensão de entorpecentes. Mas sim a desestruturação da organização criminosa com a prisão dos principais líderes e, principalmente, a desarticulação financeiras das organizações. Não adianta prendermos eles e eles continuarem com o patrimônio, porque eles vão continuar gerenciando o tráfico de dentro do sistema penitenciário”, afirma o superintendente  regional da PF, Cléo Mazzotti.

De acordo com ele, seguir o rastro do dinheiro torna a investigação mais complexa. “Porque você tem que fazer todo um processo de investigação de lavagem de dinheiro, tem que detectar qual é o capital ilícito, onde esse capital andou e qual foi o destino utilizado. Aí sim verificar qual foi bem adquirido, qual foi a conta de laranja que está depositada e apreender”, diz o superintendente da Polícia Federal.

A operação, realizada em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Goiás e Rio Grande do Norte, prendeu sete pessoas e outras duas estão foragidas. A ação cumpriu nove mandados de busca e apreensão. Em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, foram apreendidos vários veículos.



Logística -  A organização criminosa tinha logística de levar o entorpecente por água e terra. Da fronteira da Bolívia com MS, a droga seguia de barco pelos rios Paraguai e Taquari até Coxim. Na sequência, a cocaína viaja pelas rodovias até alcançar o Nordeste.  

A polícia aponta que a cocaína abastecia a região Nordeste, mas não descarta a possibilidade de seguir viagem para outros países, lembrando que o valor da mercadoria aumenta no mercado europeu e asiático. 

Foram apreendido durante a investigação R$ 2,9 milhões, 327 quilos de cocaína, 150 quilos de maconha hoje na casa de um dos alvos, além de embarcações e imóveis.

O grupo vai responder por tráfico internacional de entorpecente, associação para o tráfico e organização criminosa.

Droga apreendida hoje pela operação Paralelos em Ponta Porã. (Foto: Divulgação)


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