Cidades

"Cobaias" da Coronavac em MS querem que vacina chegue logo para todos

A aplicação em profissionais de saúde de MS foi feita em cerca de mil pessoas, com placebo ou própria vacina

Lucia Morel | 10/01/2021 10:25

Para quem fez parte dos testes da Coronavac em Mato Grosso do Sul, o desejo é que a vacina chegue o mais depressa possível à toda população. Iniciada em outubro, a aplicação das doses em profissionais de saúde de MS foi feita em cerca de mil pessoas. Algumas receberam a vacina em si, outras, um placebo.

Entre elas está o médico oncologista João Paulo Vendas Villalba, que tomou as duas doses em novembro e em dezembro, testou positivo para covid-19. Ele afirma que teve sintomas leves, com coriza, dores de cabeça e no corpo, além de um pouco de cansaço.

Oncologista João Paulo Villalba participou dos testes da Coronavac. (Foto: Arquivo Pessoal)
Oncologista João Paulo Villalba participou dos testes da Coronavac. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Dá uma sensação de segurança, porque pelo menos tenho uma chance de evitar a forma grave da doença”, comenta sobre a possibilidade de estar imunizado. Ele ainda não recebeu retorno sobre se a dose recebida por ele foi o placebo ou a vacina.

No entanto, avalia que o encaminhamento da pesquisa foi adequado e como pesquisador em outra área, avalia que foi bem conduzida. “O protocolo de pesquisa foi seguido e foi bem feita, bem desenhada e conduzida. Participo com frequência de pesquisas e não tenho nenhuma preocupação”, disse.

“Participei para poder embasar a pesquisa com recurso humano e agora sabemos que o medicamento se mostrou seguro. Com certeza, quanto mais gente começar a tomar a vacina, quanto mais pessoas forem imunizadas, maior será a segurança para todos”, afirma.

Ténica de enfermagem, Roseli Aparecida de Carvalho, 48, se sente orgulhosa de poder fazer parte dos primeiros passos de um imunizante contra a covid-19. Ela ressalta que desejou participar depois de receber indicação do hospital onde trabalha.

“Adoraria se eu tivesse mesmo recebido a imunização, que não fosse o placebo, estou na expectativa, até porque e uma vacina que comprovou 78% de eficácia e se eu pegar, não vai ser grave. E também tenho filha, família, espero que a vacina seja boa não apenas pra mim, mas pra toda população e que comece logo essa vacinação e acabe logo com isso”, sustenta.

Ela teve diagnóstico positivo de covid-19 em julho deste ano, quando perdeu o paladar e o olfato. Em outubro, teve todos os sintomas, ainda mais graves, mas os resultados dos testes deram negativo para covid. Mesmo assim, seguiu o protocolo. “Fiquei inclusive com síndrome pós-covid, que é um cansaço constante”, diz.

“Tivemos um ano muito ruim em 2020. Não sabíamos mais o que poderia acontecer no dia a dia. Mas a esperança é que a imunização está chegando e 2021 será um ano de vitória para todos”, torce.

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