Cidades

Após 100 dias de governo, Elvis Terena assume o comando da Funai em MS

Novo coordenador assinou termo de posse da fundação e promete gestão coparticipativa com caciques

Gabriela Couto e Natália Olliver | 10/04/2023 17:18
Novo coordenador da Funai em Campo Grande, Elvis Terena já assinou termo de posse e promete se reunir com lideranças na sexta-feira. (Foto: Natália Olliver)
Novo coordenador da Funai em Campo Grande, Elvis Terena já assinou termo de posse e promete se reunir com lideranças na sexta-feira. (Foto: Natália Olliver)

É da Aldeia Cachoeirinha, de Miranda, o novo coordenador da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) de Campo Grande, Elvis Cleipolidorio, mais conhecido como Elvis Terena, de 40 anos. Ele assinou nesta segunda-feira (10) o termo de posse e exercício do cargo. A publicação confirmando a nomeação dele para a função deve sair nos próximos dias, no DOU (Diário Oficial da União).

Ele já está organizando uma cerimônia de apresentação para as lideranças indígenas, na próxima sexta-feira (14), na Aldeia Urbana Marçal de Souza, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.

“Estamos começando a arrumar a casa e conhecendo o setor de cada um dos funcionários. Vamos fazer um cronograma de trabalho e depois vamos para as bases nas aldeias, conversar com os caciques e com cada um, para que o trabalho da Funai aconteça novamente”, destacou.

Formado em Ciências Sociais pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e mestrando em Antropologia Social na mesma instituição, ele espera que a demarcação das terras indígenas seja resolvida o mais rápido possível no país. 

“Esse problema se arrasta por anos. Passa governo e entra outro, e o impasse continua. Estamos acreditando que isso vai se resolver para um lado que vá fortalecer, trazer coisas boas”, pontuou.

Como indígena, ele defende a ação dos povos originários que lutam pelo marco temporal. “Nós indígenas não invadimos uma terra qualquer. É uma terra que é tradicional, que tem no conhecimento dos nossos antepassados. Só assim para o governo olhar que tem que se fazer o marco temporal. Vimos que nos últimos anos essa questão de retomada de terras vem causando muita morte de lideranças e perseguições”.

Vale lembrar que a definição ocorre com 100 dias de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O nome do coordenador atende a uma exigência dos indígenas que buscavam um representante à frente da entidade.

A última coordenadora, Tatiana Marques Garcia, indicada pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), estava na função desde maio de 2020. Ela saiu em meio a polêmicas e reclamações dos caciques de Mato Grosso do Sul. 

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