Cidades

Apontado como maior pagador de propina do Conesul, policial civil está afastado

Na operação Nepsis, a Polícia Federal apreendeu planilha com pagamentos intermediados por investigador

Aline dos Santos | 09/06/2020 11:30
Policiais conduzindo um dos presos na Operação Nepsis, no dia 22 de setembro de 2018. (Foto: Adilson Domingos)
Policiais conduzindo um dos presos na Operação Nepsis, no dia 22 de setembro de 2018. (Foto: Adilson Domingos)

Apontado como principal responsável por pagamento de propinas a policiais militares e civis enredados na Máfia do Cigarro, o policial civil  Gilvani da Silva Pereira está afastado das funções desde outubro do ano passado, conforme decisão judicial. 

A reportagem consultou o Diário Oficial do Estado e a permanência do afastamento  foi confirmada pela Polícia Civil. O investigador foi preso em setembro de 2018 na operação Nepsis, ação da PF (Polícia Federal) contra esquema de contrabando de cigarros oriundos do Paraguai. 

A posição de destaque de Gilvani aparece em relatório da PF, citado em denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra oficiais da Polícia Militar, alvos da Oiketicus, também de repressão à Máfia do Cigarro. 

“No curso da investigação, o investigador da Polícia Civil Gilvani da Silva Pereira, lotado em Iguatemi\MS era o principal responsável pelo pagamento de propinas a policiais do ‘Cone Sul’ do Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, foi encontrada durante as buscas e apreensões planilha física contendo valores de pagamentos intermediados por Pereira. A planilha a seguir, denominada ‘Relação Conesul’ contém pagamentos que totalizam R$ 774.500”. 

Gilvani da Silva Pereira foi afastado em outubro de 2018 e, no ano passado, em liberdade, chegou a ter o retorno à atividade policial autorizado, mas a decisão foi derrubada sete dias depois. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do policial civil. 

A Nepsis, realizada pela Polícia Federal em parceria com a Receita Federal, identificou consórcio de contrabandistas que movimentou R$ 1,5 bilhão com cargas de cigarro. Três dos quatro lideres da organização foram presos quando se preparavam para festa de casamento em um resort em Maceió, Alagoas. 

Planilha aprendida na operação Nepsis teve nomes ocultados com tarja preta em denúncia do Gaeco. 


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