Cidades

Alvo de operação, uma construtora tentou vender máscaras para a PRF de MS

Empresa ofereceu 100 mil máscaras cirúrgicas a R$ 20, muito acima do preço de mercado, cerca de 12 centavos

Anahi Zurutuza | 04/06/2020 15:47
Endereço onde sede da construtora de Belo Horizonte está registrada (Foto: Google Street View)
Endereço onde sede da construtora de Belo Horizonte está registrada (Foto: Google Street View)

Uma construtora aberta em 2018 em Belo Horizonte (MG) foi parar na mira na Polícia Federal ao tentar vender 100 mil máscaras para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) por R$ 2 milhões – R$ 20 cada. A Manhuaçu Construções Eireli foi alvo de um dos mandados de busca cumpridos pela Polícia Federal nesta quinta-feira (4), durante a “Operação TNT”.

No sistema on-line de consulta do CNPJ da Receita Federal, a empresa registra que tem como principal atividade econômica a construção de edifícios e no rol de serviços secundários o único item não relacionado a prestação de serviços é o “comércio varejista de materiais de construção em geral”.

Consta no Portal da Transparência do governo federal que a empresa tem contratos com o poder público em vários estados brasileiros, a maior parte deles para a execução de obras e fornecimento de materiais.

Mesmo assim, a empresa tentou vencer licitação aberta pela PRF para a compra de máscaras cirúrgicas descartáveis. O Campo Grande News tentou contato com Raquel Benedito de Oliveira, registrada como única proprietária da construtora, pelo número disponível no site da Receita, mas por duas vezes a pessoa que atendeu às ligações informou que ela havia saído.

Descrição das participantes que levantaram suspeita da PRF (Foto: Reprodução)

Denúncia - A superintendência da corporação em Mato Grosso do Sul desconfiou desta e outras quatro empresas participantes por causa dos preços cobrados, de R$ 3 a R$ 20 pelo equipamento de proteção individual cujo preço de mercado está estimado em R$ 0,12 a unidade. As outras candidatas são do Rio de Janeiro (RJ) e do interior de São Paulo.

O superintendente Luiz Alexandre Gomes da Silva enviou ofício à PF comunicando a possibilidade de “crime contra a própria economia popular”.

Nesta manhã, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas investigadas pela prática de preços abusivos. A operação investiga se as empresas se uniram para fraudar o pregão aberto pela PRF.

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