Cidades

“População não atende nosso apelo”, diz secretário sobre combate a dengue

Titular da SES, Geraldo Resende cobrou maior envolvimento das pessoas na guerra contra o mosquito

Jones Mário e Leonardo Rocha | 17/02/2020 09:39
Secretário estadual quer maior cooperação dos sul-mato-grossenses no combate ao dengue (Foto: Leonardo Rocha)
Secretário estadual quer maior cooperação dos sul-mato-grossenses no combate ao dengue (Foto: Leonardo Rocha)

Depois do titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), José Mauro Filho, dizer que a população está criando o Aedes aegypti como cria cachorros, foi a vez do secretário de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, denunciar a inércia dos sul-mato-grossenses para combater o mosquito transmissor da dengue.

“Enquanto a população for pouco colaborativa, teremos números que nos incomodam e vidas se perdendo. A população não atende nossos apelos. Muita gente não tem cuidado com a sua saúde, a saúde de seus filhos e de entes queridos, porque acredita que a dengue não vai acontecer entre os seus”, disparou Resende na manhã desta segunda-feira (17).

O secretário estadual participa de evento que trata da vigilância em Saúde, no Palácio Popular da Cultura, em Campo Grande. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, está no encontro estadual.

Boletim - Conforme boletim epidemiológico da SES, divulgado na última quarta-feira (12), 11 mortes foram provocadas por dengue em Mato Grosso do Sul este ano.

O relatório aponta para 2.829 casos identificados nos 43 primeiros dias do ano, média de 65,7 a cada dia.

Campo Grande e mais 67 municípios sul-mato-grossenses têm média (de 100 a 300 casos para cada 100 mil habitantes) ou alta incidência (acima de 300 casos/100 mil habitantes) da doença.

Agentes foram vestidos de preto e deixaram auditório quando evento começou (Foto: Henrique Kawaminami)

Manifestação - Grupo de aproximadamente 100 agentes de endemias e comunitários de Saúde fez manifestação durante o evento no Palácio Popular da Cultura. Vestidos de preto, se levantaram e deixaram o auditório assim que começaram os discursos de abertura.

Segundo o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), Marcos Tabosa, os agentes foram obrigados pela prefeitura a comparecer ao evento. Caso contrário, seriam penalizados com falta e desconto no salário.

“Não vão ficar na abertura batendo palma pra político, como marionetes”, falou Tabosa, que reclamou  da falta de pagamento de adicional por insalubridade, de reposição inflacionária e de plano de cargos e carreiras aos agentes.

O grupo prevê retornar ao auditório por volta das 10h30min, quando começarem as palestras com especialistas sobre dengue, influenza (gripe), coronavírus, tuberculose, hanseníase, infecções sexualmente transmissíveis e outras.

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