Cidades

"Ela estava em meio aos escombros", diz namorado após acidente no Peru

Técnico de segurança do trabalho foi quem retirou a companheira debaixo dos estragos; professora precisou passar por cirurgia

Liniker Ribeiro e Jones Mário | 07/01/2020 16:41
Danilo e Mariana em um dos registros fotográficos feitos durante mochilão pelo Peru (Foto: Arquivo pessoal)
Danilo e Mariana em um dos registros fotográficos feitos durante mochilão pelo Peru (Foto: Arquivo pessoal)

Um dia após o acidente envolvendo ônibus de viagem que matou 16 pessoas e deixou dezenas feridas, na rodovia Pan-Americana, no distrito de Yauca, no Peru, o sul-mato-grossense Danilo Alencar, 30, lembra assustado os momentos que viveu ao lado da companheira. "Quando olhei, ela estava com o rosto em meio aos escombros", revelou em entrevista ao Campo Grande News.

O técnico de segurança do trabalho e a namorada, a bióloga e professora Mariana Pires, moram em São Gabriel do Oeste - a 140 quilômetros da Capital - e escolheram o Peru para fazer um mochilão durante às férias.

"Este é nosso segundo mochilão, saímos de São Gabriel do Oeste com uma amiga e fomos até Cuzco. Lá nos separamos, eu e Mariana fomos para Ica e estávamos voltando para encontrar com ela [a amiga] em La Paz", conta.

Danilo revela ainda, que o acidente aconteceu pouco tempo depois de o casal dormir. "Ficamos acordados até 0h20, mais ou menos, e logo que aconteceu eu me lembro de pegar o celular para iluminar o local e ver que era 0h40, ou seja, coisa de 20 minuto".

Ônibus ficou destruído após capotar e se chocar com minivans à beira da estrada (Foto: Divulgação)

Segundo informações prestadas pela Sutran (Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas) à imprensa peruana, o ônibus da empresa Cruz del Sur, que saiu de Lima, estava a 106 km/h momentos antes do acidente. Por se tratar de uma zona urbana, o limite de velocidade no local onde o veículo capotou é de 35 km/h.

Em determinado trecho da rodovia, em uma curva, o veículo capotou e bateu em minivans estacionadas à beira da pista.

Danilo conta que o veículo virou justamente para o lado em que o casal estava. "Ficamos com as poltronas 29 e 30. Mariana viajava na janela e o ônibus tombou para o nosso lado". Ainda segundo ele, logo que acordou e percebeu o acidente, viu a companheira sob os escombros e começou a pedir ajuda.

"Percebi que eu estava bem, não tinha fratura nenhuma e parei para ver como poderia retirar ela, que estava deitada de bruços. Consegui virar ela e lembrei que a empresa de viagem fornecia cobertores. Enrolei um sobre ela e fui pedir ajuda", relembra o técnico de segurança do trabalho.

O veículo tombou próximo a uma vilarejo. Três moradores que foram até o local ajudaram Daniel a carregar Mariana até às margens da rodovia. Logo em seguida, uma caminhonete da Polícia Rodoviária da região chegou ao local e levou a bióloga para uma unidade de saúde da região.

O marido lembra que ela estava bastante machucada, mas ele conseguiu acalma-la. Com suspeitas de fraturas, Mariana precisou ser transferida para hospital em Ica e, em seguida, para Lima, onde permanece internada. A vítima passou por procedimento cirúrgico e seu quadro de saúde é considerado estável.

Danilo, que sofreu apenas escoriações, foi levado para unidade de saúde de Nazca, onde ficou em observação. Nesta terça-feira ele seguiu viagem até Lima, onde encontrará com a companheira. A mãe de Mariana também viajou para Lima para acompanhar a filha.

Caso - Sobrevivente, o motorista do ônibus disse à polícia local que teve problemas no freio. O diretor da empresa de transporte responsável pela linha rebateu a informação, pois, segundo ele, o veículo era novo.

Hoje, a Sutran suspendeu temporariamente as atividades da Cruz del Sur.

Ainda conforme a imprensa do Peru, duas turistas alemãs estão entre os 16 mortos no acidente. Quatro dos que faleceram ainda não foram identificados.

Inicialmente, os feridos foram atendidos nos hospitais de Nazca e Ica. Oito acabaram transferidos para Lima.

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