Cidades

Além da Fiems, Polícia Federal esteve em prédio na frente de shopping

A ação comandada pela PF do Pernambuco que investiga corrupção envolvendo o Ministério do Turismo e o Sistema S, tinha dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande

Anahi Zurutuza, Kerolyn Araújo e Ronie Cruz | 19/02/2019 10:17
Edifício Manoel de Barros, endereço do 2º mandado de busca expedido para a Operação Fantoche (Foto: Marina Pacheco)
Edifício Manoel de Barros, endereço do 2º mandado de busca expedido para a Operação Fantoche (Foto: Marina Pacheco)

Além de cumprir mandado de busca e apreensão no prédio onde funcionam o Sesi, o Senai e a Fiems, no Bairro Amambaí, equipe da PF (Polícia Federal) esteve no Edifício Manoel de Barros, a Rua Príncipe Ranier, entre a Via Parque e a antiga Rua Furnas, em frente ao Shopping Campo Grande.

O Campo Grande News apurou que até 2015, o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul, Sérgio Marcolino Longen, morava no condomínio de luxo, mas atualmente reside em outro prédio.

A reportagem confirmou que agentes estiveram no Manoel de Barros, mas a PF não divulgou se Longen era o alvo do 2º mandado de busca.

No início da manhã, a reportagem entrou em contato com o presidente da federação, Sérgio Longen, que pediu para retornar a chamada e logo desligou.

O Campo Grande News também tentou falar com o presidente na Fiems, mas a portaria impediu que a equipe subisse. A assessoria de imprensa informou apenas que a federação vai se manifestar por meio de nota.

Policiais federais deixando o prédio onde funciona a Fiems, o Sesi e o Senai (Foto: Henrique Kawaminami)

A operação – A Fantoche, operação comandada pela Polícia Federal do Pernambuco que investiga corrupção envolvendo o Ministério do Turismo e o Sistema S, tinha dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande.

Na Casa da Indústria, o onde estão o Sesi e o Senai, ambos ligados à Fiems, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Amambaí, equipe da PF passou cerca de 3 horas.

A ação, que conta com colaboração do TCU (Tribunal de Contas da União), investiga organização criminosa que cometeu crime contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

O esquema de corrupção envolve um grupo de empresas controladas por uma mesma família que tem contratos e convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. Estima-se que o grupo empresarial lucrou pelo menos R$ 400 milhões em 17 anos, de 2002 até agora.

Além de Campo Grande, também foram emitidos mandados para cumprimento em cidades de outros seis estados – dentre elas, Belo Horizonte (MG), Nova Lima (MG), Brasília (DF), Maceió (AL), Campina Grande (PB) e São Paulo (SP).

São no total 10 mandados de prisão temporária e 40 de busca. Só no Pernambuco, são 23 ordens judiciais – sete para prender e 23 para vasculhar endereços.

A operação prendeu o presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Robson Braga. Longen é um dos vice-presidentes da entidade. 

Sistema S - É o nome dado ao conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição - Sesi, Senai, Sebrae, Senac, Senar, Sest, Senat, Sesc e Sescoop.

Matéria editada para acréscimo de informação às 11h07.

 

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