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Na cabeça de quem cabe fazer guerra por terra, em pleno século XXI?

Por Ruy Sant’Anna (*) | 20/12/2013 14:19

Inicío parabenizando aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul e do restante do país pelo despertar de suas consciências. Se eles não fizerem por si, terão cada vez mais seus direitos pisoteados.
O desrespeito e brutalidade praticada abertamente por alguns indígenas, empurrados pela FUNAI, CIMI e ONGs, até aqui manteve os ruralistas na inércia.

Agora, a reação do meio rural produtivo surgiu claramente até com apoio da sociedade. O que se espera é que a reação dos produtores não seja apenas em forma de espasmo: aparece e some...

Não se pode pregar nem esperar que desse movimento aglutinador dos produtores surja algo como vingança. Mas, essa atitude de união de direito legítimos tem de se esparramar para alcançar aos que estão acostumados a ver a desgraça do país acontecer através da televisão ou da janela de seus apartamentos.

A paz que se busca não é a paz dos cemitérios, mas a do entendimento inteligente de pessoas dispostas ao diálogo e ao respeito. Não se fala tampouco em bandeiras partidárias, credos religiosos, etnias índias ou não; somente vale a busca pelo direito e a justiça respeitada.

Achar que somos responsáveis pelo passado de séculos, isto é coisa pensada de gente que passa o tempo só arquitetando em como atazanar a vida dos outros que trabalham e querem evoluir tanto quanto os indígenas.
A evolução é uma busca constante da raça humana, por mais que alguns teimem em manter os outros na dependência deles.

No passado as posses e domínios de terra sempre foram através dos enfrentamentos. No Brasil os indígenas perderam terras para os portugueses. Por sua vez, o português lutou e eliminou os limites do Tratado de Tordesilhas contra os espanhóis; posteriormente os portugueses perderam este território, na Independência do Brasil, não sem antes sacrifícios de brasileiros e portugueses.

Mantenhamos valorizados os feitos de Tiradentes, do Marechal Rondon, do Marechal Rio Branco, do Duque de Caxias. Se bem que existam brasileiros, loucos para desmerecer tais e outros feitos históricos, para enfraquecer o brio e o mérito de muitos de nossos heróis pátrios. Pretendem também sinicamente, mudar nossa Bandeira e o Hino Nacionais.
Abro um parêntesis para lembrar da importância, seriedade e responsabilidade de todos os trabalhos e pesquisas que a Embrapa executa.

Pois bem, no Paraná, a Embrapa constatou por levantamento aerofotogramétrico e pesquisas com levantamentos locais que terra requerida e marcada pela FUNAI, jamais tiveram índio sobre ela, outra, foi descoberta como com pouco menos de dez anos de alguns índios terem nela se instalado. Que fique claro que esse estudo da Embrapa foi feito por ordem do governo federal. Interessante é notar que todo o trabalho da Embrapa ficou no esquecimento. Não se fala sobre ele...

Portanto reservas não podem ser demarcadas como se fossem uma simples "devolução” de propriedade, não tem o menor sentido, o “pode absoluto” da FUNAI!
Somente a incitação à revolta é que pode explicar tanto ódio dos índios nas invasões como na Fazenda Buriti e todas as demais, em Mato Grosso do Sul.

Esse clima de guerra que é enfiado na cabeça dos indígenas abandonados e falsamente protegidos é que mantém essa situação.

Mas, pense um pouco. Pernambuco já pertenceu à Holanda, contudo, enquanto rainha, Beatriz, e nenhum governo holandês nunca reclamaram do então presidente Lula nem da atual, Dilma, a reintegração de posse do Recife. Porque os holandeses perderam o território numa batalha, a de Guararapes. Os holandeses perderam Pernambuco. Nem por isso, os holandeses ficaram amargando o passado, mesmo quase sem terra firme. Evoluíram e evoluem nas adversidades.

O mesmo aconteceu com relação ao Tratado de Tordesilhas, a Espanha perdeu imenso território para Portugal. As duas potências marítimas desde o século XV, expandiam suas terras a pretexto de defender o cristianismo mundo afora. Portugal com as terras aqui descobertas por Cabral acabou se rendendo à Independência do Brasil. Entende?

Voltando à atualidade, lembro que o amargo testemunho da classe produtora sul-mato-grossense sobre os desmandos e embromação de chefes de governo e ministros, os produtores rurais se unem e lutam pelos mesmos direitos. A indignação contra costumeiros maus exemplos de desrespeito às ordens judiciais e impunidades, acobertados por maus políticos, está juntando os produtores.

Exige-se o respeito à ordem e à garantia jurídica, para também se evitar que a violência das invasões e o desrespeito à lei se tornem uma coisa corriqueira, um costume. Com isso o Brasil e o mundo vê que tem muita gente, que a maioria do povo brasileiro é ordeiro e respeitoso com a lei e o direito de propriedade. Mesmo que eventualmente entregando alguma terra para a União destina-la aos indígenas, mas que os produtores rurais recebam pagamento justo pelas terras e suas melhorias.

Próximo ao dia do Nascimento de Cristo, quando os povos unem-se em preces inspiradas nos espíritos elevados, amalgamados nas experiências de vida e na garantia da existência pacífica, mantenho meu pensamento na paz e prosperidade, e dou o meu bom dia, o meu bom dia pra vocês brasileiras e brasileiros.

(*) Ruy Sant’Anna, jornalista e advogado.

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