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Invasão do arroz com feijão no Mercosul, por Ruy Sant’Anna

Por Ruy Sant’Anna (*) | 17/07/2012 13:35

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão e é essa oleaginosa de muita relevância socioeconômica para o País. A produção na safra 2010/2011, segundo a CONAB, chegou a 3,79 milhões de toneladas.

O feijão tem três etapas anuais para seu cultivo e Mato Grosso do Sul aproveita-se de todas, com predominância na época da seca. E em 2010 o estado produziu 24,44 toneladas de feijão da seca com 76,5% da produção total do Estado, numa área de 18,44 mil hectares, com rendimento médio de 1.325 kg., acima da média nacional (IBGE, 2011).

Esses dados acima servem apenas para ilustrar o tema deste artigo que é a necessidade de transformarmos, os produtores de feijão e os que fazem a economia acontecerem, em nosso Estado, em formadores de opinião das qualidades e benefícios nutricionais de nossos produtos como o arroz e feijão.

O objetivo imediato deve ser o MERCOSUL pela proximidade de mercado, pelas “presumíveis” facilidades alfandegárias e quantidade de relacionamento entre os povos envolvidos nesse mesmo mercado.

Então, o arroz com feijão que ainda é uma forte alimentação da população brasileira e visto como um dos nossos pratos típicos precisa ser eleito pelas autoridades das três esferas governamentais como “o prato do dia” de suas decisões.

Até a área municipal pode ajudar com programas que incentivem a oferta do arroz com feijão nos restaurantes, mesmo nos mais sofisticados, como uma iguaria de variada forma de apresentação e valores nutricionais agregados.

Os nutricionistas afirmam que os nutrientes combinados no arroz com feijão fornecem carboidratos, aminoácidos, proteínas, ferro, vitaminas do complexo B e cálcio. Essa combinação serve para regular o teor glicêmico do sangue.

Essa e outras ofertas de saúde e bem estar pessoal e econômico com toda sua extensão indicam a urgência de ser fortalecer essa cadeia produtiva. E ainda deve ser considerada a queda, em períodos, da produção e produtividade do feijão, ao lado da queda de consumo pela população brasileira; segundo aponta pesquisas feitas pela Embrapa e IBGE.

O feijão ressente-se da falta de investimento de tecnologia, trabalho integrado com maior informação de áreas plantadas sobretudo no plantio familiar, que de regra comanda os pequenos produtores.

O valor da informação é importante aqui explicando sobre a importância do feijão que fornece proteína, com traços de ação medicinal como protetor e de efeito terapêutico nas doenças coronarianas e oncológicas, cuja leguminosa tem baixo teor de gordura e alto teor de fibra.

Em contraponto a todos esses benefícios do feijão o dia a dia tem nos mostrado que as marcas de produtos globais e fast food incitam a cada vez maior parcela da população adotar tais produtos.

Neste ponto fica clara a necessidade de investimento na propaganda informativa valorizando os benefícios desse alimento à saúde das pessoas. O enfoque das propriedades positivas do feijão nos seus aspectos econômico, social, nutricional e cultural merece todo o investimento que os governos possam realizar, com eficaz resultado para os produtores e a população brasileira.

Neste ponto volto a comentar sobre a necessidade de divulgação, mas agora para a área de exportação ao MERCOSUL por ser alvo mais próximo e teoricamente de mais fácil assédio comercial, expondo todas essas e outras qualidades e propriedades do feijão. Juntando-se ao arroz o feijão tem se a combinação perfeita para a saúde.

Isoladamente tanto o arroz quanto o feijão tem inúmeras formas de serem preparados ou juntos e misturados também oferecem várias opções

Sobretudo que o arroz com feijão tenha a oportunidade de fazer uma verdadeira invasão, no bom sentido, aos argentinos, uruguaios, paraguaios, bolivianos, chilenos e venezuelanos. Cujos povos ainda não desfrutam dessas maravilhas do feijão com arroz e quando fazem uso o fazem de maneira restrita.

Que os produtores e todos os envolvidos nesse mercado, junto dos três níveis de governos, unam-se concreta e objetivamente nessa tarefa é o que espero e assim lhes dou bom dia, o meu bom dia pra vocês.

Ruy Sant’Anna, é advogado e jornalista.

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