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Impactos ambientais do ecoturismo

Amanda Micheli Mariano de Melli (*) | 26/07/2021 08:30

A relação homem e natureza advém dos primórdios da humanidade. Porém as particularidades dessas relações se alteraram com o tempo, o processo civilizatório ao qual o homem sempre esteve sujeito.

O processo de civilização estabeleceu o conceito de desempenho por meio da implementação de atividades altamente alteradoras do ambiente, o que, em última instância, leva ao processo de urbanização e produz externalidades que afetam profundamente o equilíbrio da biosfera. Portanto, a forma de uso do solo ultrapassou o limite ecológico, reduzindo o estoque de recursos não renováveis e a capacidade de renovação de recursos renováveis, poluindo a água, a atmosfera e o solo.

A reflexão sobre a situação atual e os custos ambientais do modelo de desenvolvimento econômico imposto têm alertado a sociedade para a necessidade de repensar esse modelo. No processo de busca de uma solução para a crise ambiental, é necessário a sociedade ajustar as atividades econômicas para atender às necessidades de proteção ambiental. Nessa circunstância, o turismo se destaca como uma atividade capaz de promover o crescimento econômico com base na sustentabilidade ambiental, compatibilizando seu uso com a proteção dos recursos naturais

Visto isso nasceu o ecoturismo é conceitualmente entendido como uma forma de viagem, que combina o compromisso com a proteção da natureza e a responsabilidade social dos viajantes com o meio ambiente que visitam. O ecoturismo ajuda a reduzir o impacto negativo das atividades turísticas nas áreas visitadas ou pelo menos essa era a intenção.

 Ademais o ecoturismo tem um impacto positivo importante nas atividades turísticas. Ajuda a criar áreas, planos e entidades de proteção ambiental, a desenvolver atividades e programas de educação ambiental para crianças, adultos, turistas e moradores.

Por outro lado, o impacto negativo das atividades de ecoturismo é muito semelhante ao do turismo em geral. Na ausência de instalações de saneamento básico, o lançamento de esgoto "in natura" causa poluição, além da poluição sonora, atmosférica, do solo e da água. Nessa mesma proporção, também fica em evidência o acúmulo de lixo em diversos locais. Além disso o uso de sabonetes e detergentes em rios e cachoeiras pode prejudicar a qualidade da água e a sobrevivência de peixes ou plantas aquáticas e poluição de mananciais.

A erosão em taludes pode ocorrer devido à drenagem inadequada ou falta de infraestrutura adequada nas trilhas, caça ilegal e pesca, incêndios criminosos, desmatamento para construção de infraestrutura. Os turistas podem alimentar os animais com produtos de conservantes ou outras substâncias estranhas à dieta selvagem que podem causar doenças que podem levar à morte de animais selvagens.

Desse modo a construção de infraestrutura e qualidade nas estadias em busca de conforto podem contrastar muito com o ambiente natural gerando uma desnaturação das tradições e costumes das comunidades também são registradas, incluindo os ritos e mitos frequentemente transformados em shows para turistas.

Dessa forma a atividade turística em geral tem grande potencial, mas envolve necessariamente obras de infraestrutura e estudos e planejamento que permitam intervenções relevantes para organizar a atividade.

A simples exibição não intencional de tempo e dinheiro, as diferentes maneiras e a migração das populações locais regionais é um problema a ser gerenciado a fim de evitar a interrupção entre os turistas e a comunidade anfitriã.

(*) Amanda Micheli Mariano de Mello é estudante de Engenharia Ambiental na UFMS. 

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