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Educação nota zero em redação

Júlio César Cardoso | 22/02/2015 11:12

Infelizmente, os políticos brasileiros não têm consciência educacional, senão Dilma Rousseff não cortaria sete bilhões de reais da educação, como medida de contenção de investimento em seu projeto do segundo governo, o que constitui uma vergonha.

E vejam: "Brasil: Pátria Educadora!" Quem dera que fosse assim, que a educação respirasse nos ambientes formais e informais e não servisse apenas de um estereótipo falacioso de propaganda política governamental, pois o resultado da última prova do Enem, onde mais de 500 mil candidatos tiram nota zero na prova de redação, demonstra o contrário.

A educação que deveria ser tratada como medida prioritária de qualquer nação comprometida com o seu desenvolvimento, aqui é recebida de forma política e não como projeto de governo. E os exemplos estão aí: cotas raciais para ingresso nas universidades e serviços públicos federais, quando se deveria dar atenção fundamental na formação de uma escola pública de alta qualidade, visando a nivelar em capacidade, brancos, negros, índios etc., para, em igualdade de condições, disputarem o mercado de trabalho.

O que se pode esperar de um país em que a Constituição Federal permite que um semianalfabeto tenha acesso à Presidência da República, bem como seja eleito parlamentar sem ao menos possuir formação completa do segundo grau? E são esses botocudos que fazem as leis do país.

Se a educação brasileira fosse considerada como prioridade governamental, a qualidade profissional docente e discente refletiria no resultado positivo desta nação. Infelizmente, o país não trata a educação com a primazia devida, mas de forma política. Veja o caso do profissional da educação, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ministro da Educação no início do governo Lula, que foi grosseiramente defenestrado do ministério por telefone quando estava de férias em Portugal.

As pessoas competentes e técnicas não são alocadas nos postos devidos. O MEC, no período petista, já foi conduzido pelos políticos Tarso Genro, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e agora por Ciro Gomes, ex-governador do Ceará, que teve muita dificuldade de explicar a nota zero tirada na redação por mais de 500 mil candidatos do Enem. Uma área que era para ser regida por especialista competente é relegada a políticos partidários ou da base de apoio.

O MEC deveria ser um órgão apolítico, com autonomia própria e independente. O seu ministro deveria ser indicado pelo corpo docente brasileiro e referendado pelo Congresso Nacional para atuar por um período, por exemplo, quinquenal. Enquanto a educação for conduzida por viés político, a qualidade do ensino brasileiro continuará claudicante.

Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e servidor federal aposentado

 

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